sábado, 20 de outubro de 2012

Ecumenismo


   Para falar de ecumenismo temos que relembrar que essa não é uma
idéia nova; nos primórdios da cristandade as diversas igrejas locais se
reuniam nos concílios ecumênicos, igrejas com diferenças entre sí mas
reunidas num só propósito maior, que é a fé em Cristo.
   Com os cismas da cristandade, se dividindo em ortodoxas, católicas,
protestantes entre outras, cada igreja se fechou em sí, abortando a fé
ecumênica. Porém os protestantes iniciaram um movimento para reunir
as diversas denominações protestantes, nascendo o concílio missionário
internacional (CMI).
   A igreja ortodoxa se aproximou da igreja anglicana, e entrou para o
Conselho Mundial de Igrejas, uma evolução do CMI; a igreja ortodoxa
também tem mantido diálogo com a igreja luterana, e até com a igreja
católica romana.A igreja romana organizou os concílio vaticano I e II com a proposta de
ser ecumênico, porém era uma visão de ecumenismo dentro de Roma,
tendo o Papa como líder comum das igrejas cristãs.
   A igreja romana não participou como membro do CMI, apenas como
observadora, se fechando em seus muros.
   No  Brasil  o  termo  ecumenismo  é  algo  polêmico,  e  o  diálogo  e
aproximação das igrejas tem se dado a passos lentos.
   Dom  Salomão  Ferraz  era  um  entusiasta  do  ecumenismo,  tendo  raiz
presbiteriana,  e  tendo  sido  clérigo  anglicano,  ele  começou  um
movimento que tinha um foco cristão voltado para a convergência de
cristãos para uma fé comum, o que culminou dando origem à Igreja
Católica Livre, com pessoas evangélicas, anglicanas, romanas e véterocatólicas.
   Tendo Dom Salomão ido para Roma, ele participou do Concílio Vaticano
II, e sua participação rendeu bons frutos, porém ele tinha ido para Roma
com a promessa de se iniciar um diálogo ecumênico com as demais
igrejas cristãs, o que não aconteceu, fazendo com que Dom Salomão
(con)sagrasse Dom Manoel Ceia Laranjeira para retomar o movimento
católico livre, que tomou o nome de Igreja Católica Independente.
Sendo a ICAI-TS herdeira de Dom Salomão Ferraz, temos que manter
viva a chama do diálogo ecumênico, não visando uma utópica  união
orgânica entre as diversas igrejas cristãs, mas visando uma caminhada
de fé voltada para Cristo, trabalhando pelo bem comum da salvação
humana.
   Ecumenismo  é  entender  que  apesar  de  haver  diferenças  entre  as
diversas denominações e igrejas locais, um só é o Senhor, Cristo, que
distribui os dons conforme a necessidade de cada igreja (I Cor. 12: 4-11).
Ecumenismo é entender que o cabeça da Igreja não é o Papa, nem o
Pastor, Patriarca ou quem quer que seja, mas Cristo sim, o Cabeça da
Igreja (Col.1: 18).
                            Mons. ++Dom Rodrigo Alves Faddoul 

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