Nos últimos tempos tem crescido cada vez mais o número de igrejas católicas, anglicanas e episcopais independentes, e junto com tais igrejas surgem também uma miríade de novas doutrinas. Vemos igrejas ditas anglicanas se romanizando, igrejas ditas católicas se anglicanizando, e por fim não sabemos mais o que é o que nesse meio multieclesiástico.
Porém a moda recente é a do patriarcado, é cada vez maior o número de igrejas independentes cujo primaz se auto denomina patriarca. Entretanto, apesar de pela lei poderem se intitular como tal, canonicamente é um título nulo.
O título de patriarca foi concedido aos bispos primazes das cinco cidades que receberam a pregação de um apóstolo e cuja igreja tem raiz nesse apóstolo, as cidades que se constituíram importantes centros do cristianismo nos primeiros séculos, a saber: Alexandria, Jerusalém, Antioquia, Roma e Constantinopla.
Tendo se afastado do oriente, o bispo de roma adotou somente o título de papa(embora nos primeiros séculos outros bispos também se chamassem de papa), e em tempos mais recentes abdicou do título de patriarca de Roma. Porém o papa ainda nomeia alguns patriarcas, como o patriarca de Lisboa e o de Veneza, e os patriarcas das igrejas orientais uniatas, como a Melquita e a Maronita por exemplo.
O patriarca de Constantinopla é conhecido como patriarca ecumênico, e é dele a coordenação de unidade entre as igrejas ortodoxas, que em sua maioria são autocéfalas. O patriarca de Constantinopla também é responsável pela criação de novos patriarcados, nas nações ortodoxas mais proeminentes, como é o caso da Rússia, por exemplo.
Vimos então que para um título de patriarca ser canônico ele tem que estar ligado aos patriarcados originais, seja como primaz desses patriarcados, ou bispos de uma igreja autocéfala em comunhão com tais bispos, tendo recebido o patriarcado por meio do reconhecimento da comunhão ortodoxa, na pessoa do patriarca de Constantinopla. Não sendo assim, um patriarcado não tem valor canônico, sendo apenas vaidade de vaidades, como já dizia Salomão.
Volto a repetir que por lei todos podem se denominar como bem entenderem, podem se proclamar patriarca, ou até mesmo papa, mas a lei do homem não traz canonicidade eclesiástica.
Quanto a mim, que Deus me livre de tais vaidades, pois basta-me o título de bispo, que já é por demais pesado e excelente, porém é um título das sagradas escrituras, legítimo e honroso.
Deus nos abençoe
Mons. ++Dom Rodrigo Faddoul
Acho legal você ter escrito sobre esse tema, pois em tempos como o nosso, tem crescido a vaidade do homem ser o cerne do evangelho, logo, o mesmo procura de "posições" que ficam "acima" das já existentes.
ResponderExcluirSigamos o exemplo de Cristo, ou seja, o de servir o nosso próximo.
Graça, misericórdia e paz.