segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Encruzilhadas

Para a mente simplória falar de encruzilhada assusta, pois tais mentes associam encruzilhadas à algo ruim, ou a entidades maléficas, entretanto a encruzilhada não é boa nem ruim por si só, ela apenas apresenta caminhos variados, quem escolhe o caminho somos nós, se tomarmos os caminhos que conduzem ao bem, nos aproximaremos da luz e de forças benéficas, se tomarmos os caminhos que conduzem ao mal, nos aproximaremos das trevas e das forças maléficas, nós escolhemos nosso caminho. A encruzilhada também é um momento de pausa, de reflexão, um momento de nos confrontarmos com nós mesmos, assim poderemos tomar o melhor caminho. Nas crenças aonde se cultuam entidades que se apresentam nas encruzilhadas, tais entidades são neutras, dão a cada um segundo o caminho que se toma. Na antiguidade vemos que os Gregos tinham na deusa Hécate a dona das encruzilhadas, ela era temida, mas não porque era má, mas porque ela responderia aos nossos caminhos, e quem tomava o caminho errado recebia a devida paga, o mesmo se dá no candomblé e na Umbanda, as entidades dessas religiões que são cultuadas nas encruzilhadas não são maléficas, apenas respondem cada um segundo a escolha feita, quem faz uso dessas forças para o mal, um dia colherá o mal plantado, é a lei do retorno. O próprio Cristo teve seus momentos de encruzilhada, no deserto foi tentado a pegar o caminho mais cômodo, mas permaneceu no caminho certo, no Monte das Oliveiras temeu o caminho do sacrifício, mas aceitou-o, não se desviando de sua jornada, e por fim, morreu numa cruz, símbolo de onde é tirado o nome encruzilhada, e lá estavam dois ladrões, Jesus no meio da encruzilhada, um deles tomou o caminho da escuridão, o outro o caminho da luz. Deixemos então de temer as encruzilhadas e saibamos escolher o melhor caminho quando tais cruzamentos se apresentarem à nós.
+Bispo Rodrigo Faddoul