quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ser Discípulo de Cristo, Sim! Ser Súdito de Papas, Não!


Dom Felismar Manoel - Bispo Primaz
Catolicismo Apostólico Salomonita




Ser discípulo de Cristo, sim! Ser súdito do Papa, não!
Ser católico apostólico, sim! Ser católico romano, não!
Vivenciar os ensinamentos de Cristo, sim!
Vivenciar os ensinamentos dos Papas, não!

Implantar o catolicismo apostólico tal qual foi vivenciado e ensinado pelos apóstolos de Cristo, como se encontra no Novo Testamento, seguindo as diretrizes dos apóstolos presentes em Atos e Epístolas, harmonizados com o contextos dos quatro Evangelhos canônicos, sim!. Estas são tarefas do nosso compromisso com Jesus Cristo.

Implantar o catolicismo romano tal qual tem sido vivenciado pelas políticas dos Papas e da Cúpula Eclesial do Estado do Vaticano, bem como daqueles que lhes seguem ou imitam, consusbstanciado nas ideologias de hegemonia institucional do magistério eclesial romano-vaticanense, não! Estas não são tarefas do nosso compromisso com Jesus Cristo.

Ser Igreja enquanto "Comunidade de Fé", que se reúne e se orienta pelos quatro evangelhos canônicos, para vivenciar o consenso nas orações, nas decisões fundamentais de interesse eclesial, na prática da Palavra de Deus , dos Sacramentos e das Boas Obras, em União com Cristo, seus Ministros e a Congregação dos Crentes Fiéis, no temor de Deus e na busca do seu Santo Espírito, Sim! Estas são tarefas do nosso compromisso com Cristo.

Ser Igreja enquanto "Sociedade Perfeita", que se reúne e se orienta pelas diretrizes de Papas, Patriarcas, Metropolitas, Bispos, Pastores ou outros líderes, através de Encíclicas, Bulas Constituições, Cartas Pastorais ou outros documentos ditos do Magistério Eclesial, criando jurisprudência contra consciências alheias, descontextualizados dos Evangelhos Canônicos, para se tornar súditos de homens ou mulheres da terra, para se conformar com políticas de hegemonia imperiais e estatais usurpadoras da única e legítima senhoridade, que é a de Jesus Cristo, não! Estas não são tarefas do nosso compromisso com Cristo.

A tradição da Igreja Cristã Primitiva pós-apostólica não se vincula em sua essência ao conceito de igreja enquanto "sociedade perfeita", - como querem os romanistas e seus imitadores - pois esta definição tipifica o "estado" com seu poder de estabelecer leis, interditos, policiamentos, e nem sempre usando o sistema democrático e de maioria consensual, como foi a práxis apostólica, na maioria das vezes assumindo o perfil imperial, de mando, de imposição de hegemonia, de patrulhamento sobre consciências individuais e costumes, usando estratégias de afirmações baseadas em sofismas e descontextualizações sacro-escriturísticas, com objetivos de criar vassalagens e suditagens, como vem acontecendo com a Igreja de Roma após seu distanciamento dos Patriarcados Apostólicos Ortodoxos.
A Igreja de Roma passou a se confundir com o Estado do Vaticano e o Patriarca de Roma o deixou de ser, e transformou-se no Papa, o Imperador do Vaticano, com pretensões de ser o único legítimo, impondo-se como o único verdadeiro, sobre as demais Igrejas Cristãs do mundo, chegando ao cúmulo de se auto-afirmar "substituto (vigário) de Cristo na terra" e até mesmo invocar canônicamente direitos com poderes discricionários em nome desse pretenso direito. Isto é uma pena, pois seria facilmente aceitável, sua possibilidade de ser "o primeiro entre os iguais" em um princípio de liderança, para se alinhar na unidade os cristãos pluridenominacionais, em um Verdadeiro Ecumenismo em torno de Cristo, o Único e Supremo Pastor, assim reconhecido por todos.
Um bom exemplo da tradição de crença pós-apostólica na Igreja Cristã é o "Credo Atanasiano", eceito, crido, ensinado e praticado como base para uma prática ecumênica entre os verdadeiros discípulos de Cristo. Ei-lo:

Credo Atanasiano - ( Igreja Primitiva - data incerta) -
 "Aquele que quiser ser salvo, antes de tudo deverá ter a verdadeira fé cristã. Aquele que não a conservar em sua totalidade e pureza, sem dúvida perecerá eternamente.
E a verdadeira fé cristã é esta: que honremos um único Deus na Trindade e a Trindade na Unidade, não confundido as pessoas nem dividindo a sustância divina. Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho e outra a do Espírito Santo; mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um único Deus, iguais em glória e majestade eterna.
Qual o Pai, tal o Filho, tal o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.
O Pai é incomensurável, o Filho é incomensurável, o Espírito Santo é incomensurável. O Pai é eterno, O Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
Contudo, não são três Eternos, mas um único Eterno. Do mesmo modo, não são três Incriados, nem três Incomensuráveis, mas um único Incriado e um único incomensurável.
Da mesma maneira, o Pai é todo-poderoso, o Filho é todo-poderoso, o Espírito Santo é todo-poderoso; contudo, não são três Todo-poderosos, mas um único Todo-poderoso. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; todavia, não são três Deuses, mas um único Deus.
Deste modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor; entretanto, não são três Senhores, mas um único Senhor.
Visto que, segundo a verdade cristã, nos importa confessar cada pessoa por sua vez como sendo Deus o Senhor, é-nos proibido pela fé cristã dizer que há três Deuses e três Senhores.
O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem gerado. O Filho provém apenas do Pai, não foi feito, nem criado, mas gerado.
O Espírito Santo não foi feito,nem criado, nem gerado pelo Pai pelo Filho, mas deles procede.
Logo, é um único Pai, não são três Pais; um único Filho, não três Filhos; um único Espírito Santo, não três Espíritos Santos.E nesta Trindade nenhuma pessoa é anterior ou posterior, nenhuma maior ou menor, mas todas as três pessoas são coeternas e iguais entre si; de modo que, como foi dito, em tudo seja honrada a Trindade na Unidade e a Unidade na Trindade.
Portanto, quem quiser ser salvo, deverá pensar assim da Trindade. Entretanto, é necessário para a salvação eterna crer também fielmente na humanação de nosso Senhor Jesus Cristo.
Esta é, portanto, a fé verdadeira: crermos e confessarmos que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus e Homem. É Deus da substância do Pai, gerado antes dos tempos, e Homem da substância de sua mãe, nascido no tempo; Deus perfeito e Homem perfeito, subsistindo em alma racional e carne humana.
Igual ao Pai segundo a divindade e menor do que o Pai segundo a sua humanidade. Ainda que é Deus e Homem, nem por isso são dois, mas um único Cristo. Um só, não pela transformação da divindade em humanidade, mas mediante a recepção da humanidade na divindade. É, de fato, um só, não pela fusão das duas substâncias, mas por unidade de pessoa. Pois, assim como corpo e alma racional constituem um único homem, Deus e homem é um único Cristo, o qual padeceu pela nossa slavação, desceu ao inferno, no terceiro dia ressuscitou dos mortos. Subiu ao céu, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
E quando vier, todos os homens hão de ressuscitar com os seus corpos e dar contas de seus próprios atos, e aqueles que fizeram o bem irão para a vida eterna, mas aqueles que fizeram o mal, para o fogo eterno.
Esta é a verdadeira fé cristã. Aquele que não crer com firmeza e fidelidade, não poderá ser salvo".
Temos uma grande responsabilidade diante de Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, que assiste no Santuário Celeste junto à Deus Pai e Deus Espírito Santo, como nosso Advogado enquanto aqui na terra trabalhamos na implantação do Reino de Deus que existe dentro de cada ser humano, mediante a consumação deste projeto realizado pelo próprio Jesus Cristo, conforme Ele mesmo proclamou quando estava humanamente agonizante nas aras da cruz, sendo Ele o Filho do Deus Vivo, nosso Redentor, nosso Mestre, mas que se fez nosso irmão para que com Ele pudéssemos partilhar da sagrada herança dos Céus e da Vida Eterna.
Sejamos fiel a Cristo! Não o neguemos aqui na terra, com nossas tergiversassões, cedendo a interesses adversos aos seus claros ensinamentos contidos nos Quatro Evangelhos Canônicos, conforme consta no Novo Testamento das Sagradas Escrituras, suficiente fonte para a nossa fé e prática de obras pias e de religião.
Que Deus nos abençoe e nos ajude em nosso testemunho a Jesus Cristo em fiel discipulado. Amém
Monastério Hierosèleos - Advento de 2012/Ano Eclesial 1986

Fonte: www.alforriacrista.blogspot.com